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Dia do trabalhador


Hoje, 1º (Primeiro) de maio é o dia do trabalhador. Torna-se até engraçado nós termos essa data justamente na semana em que foi relevado um esquema de fraude no INSS de mais de 6 bilhões de reais, um assalto àqueles que trabalharam a vida toda e que, agora, no seu período de descanso após décadas sustentando este país, sofreram tamanho golpe.

Nós temos que ter em mente que é o Dia do Trabalhador, e não Dia do Trabalho. Por quê? O trabalho é o que se faz, é a função. Ela não merece ser lembrada, até porque não somos alienados de sua existência. Agora, o trabalhador é aquele que faz, é quem trabalha, é quem constrói. Parece bobo, mas é muito importante: somos parte de um povo cujos esforços são constantemente diminuídos. Quantas vezes já não ouvimos que o brasileiro é preguiçoso? Que o brasileiro, como disse nosso ex-vice-presidente Hamilton Mourão, herdou a indolência do índio? Que se trabalha pouco no Brasil? Seis dias por semana não são o suficiente! É necessário inventarmos mais três dias na semana e colocarmos o povo para trabalhar por 8 dias por semana... Um escárnio. Somos parte de um povo que tentam transformar em burro de carga a qualquer custo. Nem em máquina querem, pois máquinas são caras. Querem nos bestializar, nos vilipendiar até nós perdermos a consciência de uma vida humana. Quem quer nos bestializar já são bestas: verdadeiros abutres.

Então, é necessário nós termos um Dia do Trabalhador: é para nós lembrarmos quem nós somos, qual a nossa identidade. Apenas um humano pode ser chamado de trabalhador. Quem, alguma vez, olhou para um cavalo magro puxando uma carroça cheia de entulho e disse: eis um trabalhador? Sendo assim, que vida é esta que o trabalhador tem vivido em nosso país? Tem ela sido digna de um ser humano? De um ser humano que produz tudo que é essencial e supérfluo na nossa sociedade?

É necessário nós termos em mente que nós trabalhamos, e sem trabalho não existe vida. As coisas mais básicas, como a alimentação, a vestimenta e a moradia, são produzidas pelo esforço humano, apelidado de trabalho. E em que estado se encontra o trabalhador brasileiro, senão em uma situação em que ele mal consegue as coisas mais básicas, que só são produzidas por meio do seu esforço? É a piada dos séculos.

Muito eu já li e ouvi de progressistas, dos mais caricatos, que o que se quer fazer de política pública para o povo é o mínimo: uma escola minimamente boa, razoável, direitos trabalhistas mínimos, condições de vida minimamente dignas e tantas outras coisas mínimas. O que se quer é um país minimamente bom, autossuficiente... Será que, após tantas décadas construindo uma das dez maiores economias do mundo, o que o trabalhador merece ter é o mínimo? É querendo construir o mínimo que nada conseguimos.

Neste Dia do Trabalhador, lembremos quem nós somos e o que nós merecemos; não o mínimo, mas o cúmulo. O que o trabalhador brasileiro precisa é da democracia substantiva, a verdadeira democracia, e não de uma democracia formal, que nada faz; O que o trabalhador brasileiro precisa é de uma economia nacional, que dê a ele mais do que ele precisa para sobreviver; que ele possa viver. O que o trabalhador brasileiro precisa é de um país que seja seu, e não um balcão de negócios de pessoas alheias aos seus interesses.


Viva o povo brasileiro, viva o Brasil, viva o Trabalhador!

Venceremos!


Rodrigo Campbell

 
 
 

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