top of page

Logística no Brasil: história, desafios em 2025 e como virar potência global


Jean Silas Prates Gonçalves¹


  A Logística como motor da grandeza brasileira

A logística eficiente é a força vital que impulsiona a economia de qualquer

nação. No Brasil, com sua vasta extensão territorial e recursos naturais abundantes,

essa eficiência é ainda mais crucial para nossa ascensão como futura potência global.

Um sistema logístico robusto, que conecta cada canto da nossa pátria, é essencial

para reduzir custos, agilizar a distribuição de nossas riquezas e fortalecer nossa

competitividade no cenário internacional.

O Brasil ainda terá um longo caminho para se tornar uma referência mundial

em logística, precisará investir em uma infraestrutura de ponta, fomentar a inovação

genuinamente brasileira e promovendo a integração inteligente entre todos os modais

de transporte.

Um olhar para o passado, de olho no futuro: A trajetória logística do Brasil

1. Das primeiras navegações à integração marítima da nação

Desde os tempos coloniais a logística brasileira enfrentou seus desafios. O

transporte marítimo e fluvial foram os pilares iniciais com nossos portos atuando como

artérias vitais entre as diversas regiões. A construção naval, iniciada em 1531, na

cidade do Rio de Janeiro², se consolidou apenas no século XVII. Dirigida por

Sebastião Lamberto a fábrica de fragatas serviu como a bases para a integração do

nosso território.

2. A era do ferro: trilhos de progresso e a conexão do Brasil

O século XIX testemunhou o avanço das ferrovias. Um marco impulsionado

pela necessidade de levar, especialmente o café, para todos os cantos. A primeira

locomotiva à vapor foi inaugurada em 30 de abril de 1854³. Com a distância de

14,5km, a estação de Fragoso, que hoje é um bairro de Magé (RJ), ligava o bairro até

o porto de Mauá, conhecido hoje como píer Mauá. Desde então, a malha ferroviária

se expandiu conectando regiões e impulsionando o desenvolvimento até meados do

século XX.

3. O Asfalto que une: a supremacia rodoviária e a busca por novos horizontes

A partir da década de 1960, o transporte rodoviário ganhou protagonismo no

país. O impulsionamento dado à indústria automobilística nacional, proporcionado

pelo governo de Juscelino Kubitscheck deu-se pela necessidade de integração via

terrestre. Hoje, aproximadamente 65% das mercadorias brasileiras seguem pelas estradas[4]. Entretanto, ausência de uma logística intermodal eficiente limita a capacidade de escoamento das cargas e aumenta a dependência de um único modal, agravando os nossos problemas logísticos.


4. Nossas águas e céus: o potencial inexplorado e a ascensão aérea


Abençoado por uma vasta rede hidrográfica, o Brasil ainda não explora todo o

potencial do transporte aquaviário[5], que hoje representa 13,6% da nossa matriz de

transportes, mas a nossa visão é de um futuro onde rios e oceanos sejam corredores

de desenvolvimento. Paralelamente, o transporte aéreo demonstra a nossa

capacidade de inovar e conectar o país de forma rápida e eficiente. Em 2024, o setor

aéreo movimentou 1,2 milhão de toneladas, um crescimento de 10,2% que aponta

para um futuro promissor.


O cenário logístico atual do Brasil


Nossas forças: alicerces à liderança

O Brasil se destaca por sua localização geográfica estratégica, a proximidade

com as principais rotas comerciais globais6 e uma rede de portos e aeroportos que

são verdadeiros portais para o mundo, como o Porto de Santos, o principal porto do

país e da América Latina, além dos terminais que estão se modernizando através de

programa de concessões federais.

De acordo com o Ministério da Infraestrutura[7], de 2018 até o ano de 2022, foram

49 leiloados nos últimos quatro anos, assegurando R$21 bilhões junto à iniciativa

privada. Ao entregar setores estratégicos do país nas mãos de empresas privadas —

muitas vezes estrangeiras — o Brasil abre mão de sua soberania econômica e do

controle sobre infraestruturas essenciais ao desenvolvimento nacional. Em vez de

fortalecer as nossas empresas e investir em tecnologia e na gestão nacional, o país

se torna refém de interesses privados que nem sempre priorizam o bem-estar coletivo

ou os interesses do povo brasileiro. Iniciativas de integração intermodal e a criação de

corredores logísticos demonstram o nosso compromisso em otimizar o fluxo de cargas

e reduzir[8] custos, tornando o Brasil cada vez mais competitivo.


Nossos desafios: obstáculos a serem transpostos com determinação


Infelizmente é necessário reconhecer que há uma excessiva dependência do

transporte rodoviário[9], o que exige uma atenção especial. Em outras palavras, a

infraestrutura ferroviária e hidroviária[10], embora possua grande potencial, ainda precisa de mais investimentos e a integração plena entre os modais é um objetivo que se deve planejar, não apenas para as demandas atuais, mas principalmente pensar em futuras expansões que o Brasil possa passar.

Além disso, a burocracia, os custos elevados e as deficiências em alguns de nossos portos são desafios[11] que enfrentamos com planejamento estratégico e ações concretas.


Nossos investimentos: plantando as sementes de um futuro logístico brilhante

Nos últimos anos o Brasil tem, infelizmente, apostado na entrega de seu

patrimônio estratégico ao capital privado, sob o pretexto de modernizar a infraestrutura

logística. A concessão de rodovias, ferrovias e aeroportos não representa um

compromisso com o desenvolvimento nacional, mas sim a renúncia à soberania sobre

setores vitais da nossa economia.

O Programa de Parcerias de Investimentos[12] (PPI), apresentado como solução,

é na verdade um mecanismo de desestatização que enfraquece a presença do Estado

em áreas essenciais. Iniciativas como o BR-Legal 2 (programa do Departamento

Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) que visa melhorar a segurança nas

rodovias federais do Brasil) e os vultosos investimentos anunciados em 2023

deveriam ser direcionados ao fortalecimento da capacidade pública e nacional, e não

servir de vitrine para a transferência de bens públicos ao setor privado.

É preciso acreditar na força da engenharia brasileira, no talento do nosso povo

e em uma Logística 4.0, tendo como pilares: Internet das Coisas (IoT), Big Data,

Inteligência Artificial (IA), automação, computação em nuvem, que seja pensada e

executada por mãos brasileiras, para o desenvolvimento e integração nacional.


Comparando com restante do mundo


Brasil lidera na América Latina

O Brasil deve se orgulhar de liderar[13] o mercado logístico da América Latina.

De acordo com as projeções da Allied Market Research[14], empresa que fornece

serviços de consultoria empresarial e pesquisa de mercado, a estimativa até 2027 é

de investimentos de até US$ 784 bilhões — aproximadamente R$ 4,5 bilhões, em

conversão direta[15], tendo o Brasil e o México como os principais beneficiados pelos

valores investidos.


Lições dos países desenvolvidos


Em vez de seguir o caminho da concessão irrestrita e da dependência de capital estrangeiro, o Brasil deveria se espelhar nas grandes potências mundiais que trataram a logística como questão de soberania e desenvolvimento nacional.

Países como os Estados Unidos, Alemanha e China[16] alcançaram alto nível de integração modal não ao entregar suas infraestruturas ao mercado, mas ao investir diretamente e planejar estrategicamente.

Os Estados Unidos construíram uma das maiores malhas de transporte do mundo com forte participação estatal, como no caso do Sistema Interestadual de Rodovias[17] e do apoio à malha ferroviária no século XX. A Alemanha apostou na eficiência pública, mantendo a ferrovia sob controle estatal e incentivando a intermodalidade com visão ambiental e estratégica. Já modelo chinês de logística foi conquistado graças a um planejamento centralizado e investimentos bilionários em ferrovias, portos e hidrovias, como parte de um projeto ambicioso, a Nova Rota da Seda.

O Brasil precisa deixar de ser apenas fornecedor de infraestrutura para investidores privados e assumir seu protagonismo na construção de um sistema logístico integrado, moderno e soberano.

Países

Estratégia Logística

Lição para o Brasil

China

Investimento estatal em ferrovias (40.500 km)

Planejamento centralizado

Alemanha

Ferrovias públicas + intermodalidade

Integração modais + sustentabilidade

Estados Unidos

Sistema Interestadual de Rodovias (estatal)

Infraestrutura como projeto nacional

Principais polos logísticos brasileiros: um panorama completo para 2025

O Brasil possui uma rede diversificada de polos logísticos que se destacam por

sua localização estratégica, infraestrutura especializada e conexão com os principais

centros consumidores. Nesse sentido, exploraremos os principais polos logísticos do

país e o que as razões de seu destaque e tendências para o mercado em 2025, com

foco em otimização para SEO.

1. Eixo São Paulo: O coração logístico do Brasil[18 ]

Cajamar consolida-se como o maior polo de condomínios logísticos de alto

padrão do país, atraindo gigantes do e-commerce como Mercado Livre e Amazon.

Sua localização privilegiada (apenas 30km da capital paulista) e acesso direto às

rodovias dos Bandeirantes, Anhanguera e Rodoanel explicam sua taxa de vacância

(porcentagem de espaço disponível, não alugado, em um determinado polo ou região,

em relação ao total de espaço existente) de apenas 8,53% em 2024.

Guarulhos destaca-se pela combinação única de infraestrutura aeroportuária

(maior aeroporto da América Latina) e rodoviária (Presidente Dutra e Fernão Dias),

abrigando grandes centros de distribuição de Magazine Luiza, Mercado Livre e

Correios. Em 2024, registrou taxa de vacância[19] mínima de 7,46%.

Campinas emerge como polo multimodal, integrando o aeroporto de Viracopos

(maior aeroporto de cargas do país) com as estratégicas rodovias Anhanguera e

Bandeirantes, além das conexões ferroviárias, atraindo empresas de tecnologia e

logística para o interior de São Paulo.


2. Minas Gerais: O polo em ascensão

A cidade de Extrema tornou-se um dos principais polos logísticos do Brasil, com

estoque superior a 650.000m². Sua localização na BR-381 (Fernão Dias, que liga São

Paulo a Belo Horizonte), incentivos fiscais e proximidade com São Paulo (cerca de

100km) a tornam ideal para operações de last mile (etapa final da entrega, quando o

produto sai do centro de distribuição e chega ao cliente final).

Contagem e Betim lideram absorção de galpões em MG, com 165.000m²

alugados em 2024, beneficiando-se de programas estaduais de incentivo à logística e

posição estratégica para distribuição regional.

3. Santa Catarina: O porto para o Mundo

Itajaí e Navegantes formam um dos maiores hubs logísticos do país, com o

porto de Itajaí movimentando US$ 13 bilhões de dólares em importações[20]

(equivalente a R$75,5 bilhões)[21].

O complexo portuário de Santa Catarina como um todo movimentou 63,5

milhões de toneladas[22] em 2024, com destaque para Portonave (maior terminal

privado de contêineres do Brasil, localizado em Navegantes - SC) e Porto de São

Francisco do Sul (17 milhões de toneladas).

4. Outros Polos Emergentes

•Rio de Janeiro: apesar de perder espaço para Minas Gerais em estoque de

galpões, mantém relevância estratégica pela integração portuária e proximidade com

o Sudeste.

• Ceará, Bahia e Espírito Santo: ganham destaque na rota de exportações, com

investimentos em infraestrutura portuária e rodoviária.

• Rio Grande do Sul: com foco no comércio exterior, especialmente para o

Mercosul.

Fatores que explicam o destaque desses polos


1. Conexão multimodal: integração rodoviária, ferroviária, aérea e portuária (ex.: Campinas e Guarulhos).

2. Proximidade com centros consumidores: essencial para last mile delivery (ex.: Cajamar a 30km de SP).

3. Incentivos fiscais: programas estaduais e municipais (ex.: Minas Gerais e Santa Catarina).

4. Infraestrutura especializada: galpões de classe A+ com alta tecnologia (taxas de vacância abaixo de 9% em SP).

5. Crescimento do e-commerce: responsável por 54% das locações pré construção em 2022.


Tendências para 2025


• Valores de locação podem ultrapassar R$45m² em regiões de alta demanda

como São Paulo.

• Investimentos[23] em automação e sustentabilidade nos armazéns gerais.

• Expansão para mercados menores visando atender entregas rápidas do e-commerce.

• Santa Catarina e Minas Gerais crescem como polos de crescimento

alternativos ao eixo SP-RJ.


Recomendações para o Brasil

1. Integrar para crescer: ferrovias e hidrovias

Exemplo global:

• China construiu 40.500km de ferrovias de alta velocidade[24] (Onze vezes mais

que a Espanha, 2ª colocada) e integrou seu sistema com hidrovias interligadas, como

o Grande Canal (também conhecido como Grande Canal Jing-Hang, é o canal artificial

mais longo do mundo. Estende-se por aproximadamente 1.776 quilômetros de Pequim

no Norte até Hangzhou, na província de Zhejiang, no Sul.), usado desde o século VII

e modernizado para transporte de carga.

• Alemanha tem 33% da matriz de transporte em ferrovias (contra 17% no

Brasil) e usa hidrovias como o Rio Reno para escoar 200 milhões de toneladas/ano 9.


Para o Brasil

• FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) e Ferrogrão são passos

importantes, mas o país precisa acelerar; hoje, apenas 30.000km de ferrovias estão

ativos (sendo que 30% estão inutilizados)[25].


2. Modernizar para competir: portos e aeroportos


Exemplo global:


• Porto de Roterdã (Holanda): maior porto da Europa é 100% automatizado,

com IoT (Internet of Things – Internet das coisas) para rastreamento de contêineres e

inteligência artificial para otimizar operações. Reduziu tempo de espera de navios de

5 dias para 8 horas.

• Cingapura: seu aeroporto (Changi) usa robôs para carga e blockchain para

documentos, reduzindo burocracia em 70%.


Para o Brasil:

• Porto de Itajaí (SC) já investiu US$ 30 milhões em automação, mas ainda está

longe dos líderes globais.

• Aeroporto de Guarulhos está implementando um sistema automatizado de

transporte (APM) para conectar terminais inspirado em Cingapura e Dubai.


3. Valorizar nossos recursos: cabotagem e logística reversa


Exemplo global:

• Noruega: 40% do transporte doméstico é feito por cabotagem, com navios

movidos a eletricidade e a biocombustíveis.

• Japão: recicla 98% de seus resíduos industriais via logística reversa com

incentivos fiscais para empresas.


Para o Brasil:

• Apenas 12% da matriz de transporte usa cabotagem (e 80% disso é da

Petrobras). Projetos como a Hidrovia Tietê-Paraná deveriam ser expandidos.


4. Simplificar para agilizar: desburocratização


Exemplo global:

• Estados Unidos: criou o "Single Window", sistema único para documentos de

importação/exportação reduzindo tempo de liberação de 5 dias para 1 hora.

• Coreia do Sul: digitalizou 100% dos processos portuários, eliminando papéis,

combinando rapidez, tecnologia e sustentabilidade.


Para o Brasil:

• O Novo Marco Legal das Ferrovias[26] (2021), via concessões, já reduziu

burocracia para autorizações privadas, com R$165 bilhões em projetos propostos

desde então.


5. Inovar para liderar: IoT e IA


Exemplo global:

• Alemanha: usa trens autônomos na mineração (Vale também testa no Brasil).

• China: ferrovias de carga usam sensores IoT para prever falhas nos trilhos,

reduzindo acidentes em 90%.


Para o Brasil:


• A Vale já aplica IoT em suas ferrovias, mas falta escala nacional. O Centro de Excelência Ferroviária[27] (GO) pode impulsionar isso.


Conclusão: O Brasil no centro da logística global


A logística é a força motriz do desenvolvimento do nosso país, e o Brasil tem

tudo para se tornar um dos maiores hubs logísticos do mundo. Com uma localização

estratégica entre oceanos e continentes, recursos naturais abundantes e um povo

criativo e resiliente, estamos prontos para dar o próximo passo.

Investir em infraestrutura inteligente (como ferrovias e portos automatizados),

diversificar os nossos modais de transporte (reduzindo a dependência das rodovias)

e abraçar e desenvolvidos a inovação (com Inteligência Artificial, IoT – Internet das

coisas e logística voltada para a sustentabilidade). Isso não é só uma necessidade –

é uma oportunidade histórica.

A boa notícia é que nós já demos passos importantes:

- O Porto de Itajaí (SC) já é um dos mais eficientes da América Latina.

- A Ferrogrão e a FIOL podem revolucionar o transporte de cargas no país

podem entrar na futura Rota da Seda.

- O e-commerce brasileiro exige centros de distribuição modernos, como os de

Cajamar (SP).

Agora, é hora de acelerar. Uma logística eficiente, integrada e sustentável vai:

- Reduzir custos para empresas e consumidores.

- Gerar empregos em tecnologia, transporte e infraestrutura.


Colocar o Brasil no mapa global como uma potência logística do século XXI. O

futuro do Brasil passa por aqui. E esse futuro começa agora.


Referências


1 - Jornalista, amante de esportes e que atualmente utiliza seus conhecimentos de escrita em prol do nacionalismo brasileiro.

4 - Disponível em: https://www.tpl.com.br/blog/cenario-da-infraestrutura-logistica-no-brasil

5 - Disponível em:

wed=y

6 - Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/283710756_DESAFIOS_LOGISTICOS

concessoes-amplia-infraestrutura-aeroportuaria-no-brasil

8 - Disponível em: https://ibl.org.br/logistica-no-brasil-um-setor-em-franco-crescimento/

9 - Disponível em: https://tmtlog.com/matriz-de-transporte-do-brasil/

hidroviario-no-pais-e-por-que-nao-deslanchou

cai-e-a-infraestrutura-logistica-deficiente-tem-responsabilidade-nesta-queda/

infraestrutura-e-malha-viaria-marcam-o-ano

america-latina

A07185#:~:text=The%20Latin%20America%20logistics%20market,the%20Latin%20America%20logis

tics%20market.

15 - Averiguado em 17 de abril de 2025.

16 - Disponível em: https://apnews.com/article/peru-chancay-china-port-construction d13e8e8fe19289a6ab97628f708bc671

19 - Disponível em: https://www.cushmanwakefield.com/pt-br/brazil/insights/logistics-market-update

principais-polos-logisticos-do-brasil/

21 - Taxa aferida no dia 18 de abril de 2025

janeiro-2025-od0jf/

geral-em-2025-analise-e-perspectiva

24 - Disponível em: https://pt.investing.com/analysis/ferrovia-infraestrutura-e-investimento-200441641

de-transportes-pode-chegar-a-r-238-bilhoes-ate-2022/

moderniza-infraestrutura-ferroviaria-e-abre-caminho-renascimento-dos-trilhos-com-investimentos

privados

vai-possibilitar-crescimento-de-pesquisas-no-transporte-ferroviario

Comments


bottom of page