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Mercosul precisa de mais integração!

Pedro Lacerda [1]


Esses últimos dias observamos diversas notícias relevantes, e como a ascensão de Trump à Casa Branca tem causado inúmeras mudanças globais no comércio, defesa e na arena da geopolítica.

O mês de março de 2025 deve entrar em vigor as taxações de 25% ao aço e alumínio, essa medida afeta principalmente Brasil e Argentina. E no mês de abril de 2025 deve entrar em vigor as tarifas recíprocas que é outra medida que vai afetar o Brasil, Argentina e o Mercosul como um todo.

Em recentes declarações do mandatário do país do Norte disse que se os BRICS realizar movimentações monetárias sem o uso do dólar, ele taxará em mais de 100% todos os países dos BRICS que são: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.

Está se desenvolvendo um cenário em que o Brasil será taxado em inúmeras frentes, o que pode acarretar numa inflação, diminuição da indústria e crises sociais. A solução para esse problema é abrir mais mercados, diminuição tarifária, ratificação de acordos comerciais como Mercosul e União Europeia, diminuição da burocracia para exportar e importar, buscar autossuficiência em diversos setores, entre outros.

O Mercosul é um bloco econômico importantíssimo para todos os países que nele estão, como: Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Estes países já realizaram inúmeros acordos como do Mercosul com o país asiático a Singapura, do Mercosul com a ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), os países que participam: Tailândia, Filipinas, Malásia, Singapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Myanmar, Laos e Camboja. Neste sentido, o comércio entre o Mercosul e a ASEAN foi de mais de 34 bilhões de dólares.

Em 2023, Mercosul e Canadá retomaram as discussões para um acordo de Livre Comércio. Mercosul também já fechou acordo com EFTA (Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein).

Recentemente, por questões políticas entreguistas e de subserviência à Washington, o bloco passou por extremas dificuldades de integração. Durante o Governo Bolsonaro e o Governo do Alberto Fernández houve um afastamento político do bloco, um era entreguista ao Trump e o outro não sabia governar, logo após a saída dos dois, temos a rivalidade entre Lula e Milei. Em recentes falas o Milei sem fontes afirma que o Mercosul só beneficiou o Brasil e atrasa o crescimento da Argentina.

O Mercosul não é perfeito e sabemos disso, porém a solução não está em liberar os membros para fazerem acordos com qualquer país e nem sair do bloco é a solução. A solução é fazer mais integração, assim como a União Industrial da Argentina disse à CNN, que a Argentina e Brasil precisam aprofundar as relações e buscar convergência regulatória. Uma convergência regulatória é basicamente simplificar e aplicar as mesmas regras industriais para ambos os países para ter uma concorrência mais justa no sentido de regulamentos, um exemplo são as embalagens de produtos alimentícios. E devemos ir mais além, precisamos tornar o idioma espanhol oficial no Brasil, assim como os outros países do Mercosul devem tornar o português a língua oficial, isso facilitará o turismo, entre outras coisas.

Precisamos de mais infraestrutura, o corredor bioceânico precisa ficar pronto para o Mercosul ter acesso ao oceano Pacífico. Precisamos de uma integração cultural mais forte, como no cinema, teatro, entre outros. O Mercosul precisa ser um unificador civilizacional para concretar de vez a identidade ibero-americana.

Os países do Mercosul precisam investir massivamente em infraestrutura, energia e inovação tecnológica para que possamos competir com Estados Unidos, União Europeia e China.


[1] Bacharel em Geografia, articulista do Brasil Grande e Diretor do El Nacionalista. Professor de escola pública estadual. Articulista nas áreas: política, geopolítica, meio ambiente e geografia.

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