Pensar sobre a Amazônia para o Brasil: Algumas sugestões.
- Tulio Aramont

- 8 de set. de 2023
- 4 min de leitura
O futuro requer o exercício da imaginação, da criatividade e da inovação. Para a economia e desenvolvimento da Amazônia requer experiências alternativas. O grande desafio do Brasil e do seu desenvolvimento é descobrir como utilizar os seus recursos sem destruí-los em larga escala, saber do limite de que até que ponto se pode desmatar as florestas em favor do benefício da população. É inegável que nesse momento destrói-se muito mais e não cria nada benéfico a ninguém.
Pois bem, a primeira proposta está em pensar no grande projeto agroindustrial na região Amazônica, onde é possível fazer aproveitamentos diferenciados do espaço agrícola, de acordo com as grandes faixas de vegetação e as formas pelas quais elas foram apropriadas. O reflorestamento, nesse aspecto, agrega valor ao agronegócio criando agroindústrias efetivamente. Nesta mesma etapa de projeto é possível reduzir a pecuária extensiva que consome grandes lotes de terra, que geram desmatamento e partir para uma pecuária mais intensiva, onde se reduz as áreas de loteamento e cria-se o animal de forma mais restrita.
Além disso, prever através de modernas análises geoespaciais e de aerofotogrametria, localidades para a criação e promoção de atividades de agricultura familiar, nesse mesmo projeto é possível pensar que seja necessário colônias agrícolas, produzindo alimentos com acesso ao mercado próximas a estradas de centros urbanos, assim, essas cadeia produtiva abasteceria a Amazônia, e criaria núcleos econômicos de base da agricultura familiar.
O transporte na Amazônia também está literalmente em vias de erros e projetos de pouca operacionalidade, a estratégia mais viável é um multi modal que articule principalmente a navegação pelos rios com a aérea, mas também sem excluir por completo a construção de infraestrutura de rodovias e ferrovias em alguns trechos específicos, podemos fazer outro texto apenas apontando geograficamente a logística na amazônia.
O futuro pode ser representado pelo agora, principalmente pela era informacional que estamos inseridos. Como mencionei no início do texto é necessário encontrar práticas que correspondam ao século XXI para a nova exploração da Amazônia, deixando de executar práticas de produtividade do século XIX e XX, como por exemplo o extrativismo de madeira para carvão vegetal. As grandes faixas de mata aberta chamadas de mata ombrófila aberta ou matas de transição, que são tipo de vegetação da área de transição entre a Floresta Amazônica e as áreas extra-amazônicas, estão hoje destruídas em 50%, é possível que haja um processo de reflorestamento dessa área, no entanto é viável também sem vias de contradição, a criação de uma indústria madeireira de alto porte, como fazem o Canadá e Suécia. O que se tem de indústria madeireira na Amazônia são apenas algumas produtoras de móveis, o restante vai sair exportada ainda em toras para esses países desenvolvidos construírem de tudo, de móveis até moradias. Lembrando que a cadeia produtiva da madeira não se restringe apenas a produção industrial de objetos, hoje em dia até etanol de segunda geração já está sendo produzido nesse importante recurso natural. Por que não podemos fazer isso?
Podemos fazer explorar também os fármacos da Amazônia, que mesmo sendo um assunto conflitante com as grandes indústrias farmacêuticas temos um mercado interno e profissionais qualificados para gerir essa cadeia produtiva. Quem nunca aderiu a métodos fitoterápicos que garantem bons resultados? Seria uma forma mais do que contundente de dar força e legitimidade ao SUS que pudesse distribuir esses medicamentos explorados da Amazônia.
Obviamente não será possível fazer nenhum desses pontos sem uma re constituição do fortalecimento da rede urbana, sem conexões entre cidades não há como promover o desenvolvimento. As cidades mundiais hoje, são aquelas que dominam o maior número de serviços e indústrias a favor da economia mundial, e fazem isso a partir da implantação e gestão de territórios, esses serviços citados, são os mais avançados na contemporaneidade, na Amazônia ocorre que poucas cidades possuem serviços avançados e recursos humanos avançados. A cidade de Belém por exemplo possui uma intensa desindustrialização que é desfavorável até para o seu contingenciamento demográfico. Desse modo, Belém pode ser uma potência em serviços ecossistêmicos ou ambientais, falando o portugûês claro, uma cidade verde e apta para o ecoturismo, Manaus pode seguir no mesmo caminho visto que é uma cidade bem centralizada na mata Amazônica.
Caberia a essas cidades planejar e se constituir como uma cidade mundial baseadas na prestação de serviços ecossistêmicos, desenvolvendo mais pesquisas nas universidades e laboratórios e exigir o esforço de implementação do poder público para esses serviços ambientais. Temos que ser ousados! Pelo motivo de que temos pessoas e vidas aqui, sem esse conjunto de esforços para esses usos corretos, não adiantará tratados, convenções, cúpulas e comprometimentos, pois não deterá o destrutivos do bioma e da vida humana.
Por fim, resumo citando a grande professora Bertha Becker, que por este simples texto talvez não elucide no que na vida tentarei: Não destruir os recursos naturais, acabar com o desperdício, promover tecnologias e criatividade para a exploração dos recursos naturais e olhar para o território Amazônico com suas diferenciações e desigualdades, esses são os princípios fundamentais para Amazônia e para o Brasil.

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