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Apagão na Europa: O alerta crucial para o Brasil e a urgência do gás natural e da energia nuclear

Jean Silas Prates Gonçalves[1]

Em 2025, a Espanha enfrentou um grande apagão ao depender demais de

fontes intermitentes. Entenda por que o Brasil corre o mesmo risco e como o gás

natural e a energia nuclear são cruciais para a soberania energética do país.

Olá! Meu nome é Jean Silas. A partir de hoje, inicio uma série de artigos

dedicados à autossuficiência energética do Brasil. Para inaugurar, abordaremos a

energia elétrica, utilizando o recente apagão europeu como um espelho do futuro que

nos aguarda, caso não mudemos nosso rumo.

Nosso objetivo é simples: alertar, informar e mobilizar. Este artigo vai além das

manchetes e das narrativas ideológicas, buscando apresentar os fatos, os números e

as escolhas estratégicas que definirão o destino energético do Brasil nas próximas

décadas.

1. O apagão hipotético de 2025 na Europa: um alerta para o Brasil


Em 28 de abril de 2025, a Espanha vivenciou um dos maiores apagões da

Europa[2] mergulhando o país no escuro. Em apenas cinco segundos, 60% da demanda

energética espanhola desapareceu, paralisando hospitais, metrôs e aeroportos. O

governo chegou a declarar estado de emergência em regiões críticas como Madri,

Andaluzia e Extremadura.

A causa foi uma queda brusca na geração solar (15 GW[3] perdidos instantaneamente), combinada com a falta de estabilidade no sistema elétrico. Sem inércia rotacional, backup[4] adequado ou interligações robustas com outros países, o colapso foi inevitável. Este evento, embora hipotético, serve como um alerta global.

O Brasil, infelizmente, caminha para repetir os mesmos erros: hidrelétricas

vulneráveis, potencial nuclear subutilizado e gás natural desperdiçado. Se não

agirmos agora, poderemos pagar o preço de uma matriz energética mal planejada e

influenciada por ideologias externas que colocam nosso futuro em risco.

Portanto, este artigo busca ir além das manchetes, investigando a fundo o

problema e mostrando como podemos garantir a soberania energética do Brasil com

decisões estratégicas, urgentes e, acima de tudo, possíveis.


2. O que causa um colapso energético como o da Espanha?


O apagão hipotético na península Ibérica resultou de uma falha sistêmica.

Relatórios da Red Eléctrica de España (REE) apontam que tudo começou com uma

queda abrupta de 15 gigawatts (GW) de energia solar no sistema[5] . Para

contextualizar, a capacidade total da Usina Hidrelétrica de Itaipu é de 14GW – ou seja,

uma quantidade de energia equivalente à de Itaipu simplesmente desapareceu em

segundos. O problema principal foi a ausência de uma resposta robusta do sistema.

Matriz energética dependente de fontes intermitentes

A rede elétrica espanhola operava com mais de 70% de sua matriz dependente

de fontes intermitentes[6] (59% solar e 12% eólica). Embora essenciais para a transição

energética e a redução de emissões, essas fontes não garantem geração contínua. O

sol não brilha sempre, o vento nem sempre sopra, pois ambos dependem do clima no

planeta. Quando há uma queda repentina na geração, sistemas mal preparados

podem entrar em colapso.

A crucial Inércia rotacional

A inércia rotacional, um conceito técnico muitas vezes pouco compreendido, é

fundamental para a estabilidade da rede elétrica[7]. Ela é gerada por usinas com

turbinas pesadas movidas a vapor, como as hidrelétricas, termelétricas e nucleares.

Essas turbinas armazenam energia cinética, agindo como "giros cósmicos" que

mantêm a frequência da rede estável mesmo diante de variações súbitas.

Usinas solares e eólicas, por outro lado, utilizam eletrônica de potência

(inversores) e não possuem partes mecânicas girando constantemente. Por isso, não

oferecem estabilidade natural ao sistema e necessitam sempre de apoio de fontes

confiáveis, como o gás natural ou a energia nuclear.

Um Erro Custoso

A Espanha investiu pesadamente em tecnologias limpas, mas negligenciou a

necessidade de uma rede elétrica forte o suficiente para suportar falhas. O custo disso

foi alto. Quando a geração solar caiu, não havia backup – nenhuma usina térmica,

nenhuma central nuclear, nenhuma linha de interligação robusta. O resultado foi a

escuridão.

Este cenário destaca a importância crítica de ter fontes estáveis e

diversificadas. Caso contrário, uma simples mudança climática pode desencadear um

apagão nacional.

3. Os Investimentos da Espanha em Tecnologias Limpas e Suas Lacunas

A Espanha apostou alto na "transição energética" sem garantir a estabilidade

necessária. Entre 2015 e 2024 o país investiu mais de €70 bilhões (cerca de R$380

bilhões) no desenvolvimento de tecnologias limpas.

Distribuição aproximada do investimento:

Energia eólica: €30 bilhões, focados na expansão de parques eólicos

terrestres e offshore[8];


• Energia solar: €25 bilhões, incentivando grandes usinas e microgeração

distribuída;

• Rede elétrica inteligente - Smart Grids: €10 bilhões, para modernização da

rede e integração de renováveis;

• Armazenamento de energia: €3 bilhões, em investimento inicial em baterias e

sistemas híbridos;

• Incentivos fiscais e subsídios: €2 bilhões, em créditos tributários para

empresas e residências.

Fonte: Relatórios da Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia[9]

(CNMC) e do Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico da

Espanha[10].

Principais obras e suas limitações

1. Expansão da capacidade Eólica: A Espanha adicionou mais de 25GW de

capacidade eólica em 10 anos, tornando-se um dos maiores produtores

europeus. No entanto, grande parte desse esforço foi feito sem o planejamento

de um backup estável;

2. Usinas solares gigantes: Projetos como Núñez de Balboa e Alto Tajo, com

capacidades superiores a 500MW[11] cada, foram marcos na geração solar.

Contudo, quando o Sol não brilhou como esperado, a falta de compensação

para a perda súbita de geração foi um problema;

3. Modernização da rede elétrica: Apesar do objetivo de conectar zonas

produtoras (Noroeste e Sul) ao consumo (Madri e Catalunha) através de linhas

de alta tensão, a interligação regional permaneceu frágil. A ausência de linhas

robustas deixou partes do país isoladas durante o apagão hipotético de 2025;

4. Armazenamento de energia: Este foi o maior gargalo do sistema. Com

apenas 0,3% da demanda em capacidade de armazenamento (cerca de

1GW/3GWh), a Espanha não conseguiu suavizar a queda súbita da geração

solar. A meta original era atingir 20GW/40GWh até 2030, um indicativo da

lacuna existente.

Onde a Espanha Falhou?

Apesar do grande investimento a Espanha cometeu erros críticos, sendo:

• Fecharam usinas térmicas e nucleares, subestimando sua necessidade;

• Priorizaram a expansão de renováveis sem uma infraestrutura de apoio adequada.

• Não investiram suficientemente em armazenamento e backup.


O resultado? Quando o Sol e o vento falharam, não havia como compensar a perda repentina de 15GW de geração solar. Esse cenário, poderia ter sido evitado, serve como lição.



4. Como o apagão poderia ter sido evitado? Lições críticas para o Brasil

A principal lição do apagão europeu é que nenhum país pode abrir mão da

estabilidade energética. Isso tem implicações diretas para o Brasil, que enfrenta

desafios semelhantes, e até piores.

Matriz diversificada: não aposte tudo em uma única fonte

A Espanha optou por uma transição energética rápida e mal planejada,

fechando usinas a carvão e reduzindo investimentos em gás e nuclear, acreditando

que poderia depender apenas de solar e eólica, isto resultou em um sistema frágil e

vulnerável.

O Brasil não pode repetir esse erro. Temos grande potencial em hidrelétricas,

eólica, solar e biomassa. Contudo, precisamos urgentemente de gás natural e energia

nuclear. São fontes estáveis, previsíveis e fundamentais para a continuidade do

fornecimento. Uma matriz diversificada não é apenas uma escolha técnica, mas uma

decisão estratégica de soberania.

Armazenamento de energia: o futuro passa pelo hidrogênio verde

A Espanha, com apenas 0,3% de sua capacidade instalada em sistemas de

armazenamento, ficou extremamente vulnerável. Quando a geração solar caiu, não

houve compensação em tempo real, levando ao colapso do sistema.

No Brasil, temos a oportunidade de evitar esse cenário, mas ainda enfrentamos

o desafio de armazenar a energia limpa gerada pelas fontes renováveis,

especialmente a eólica no Nordeste. Em 2025, o Brasil já contará com uma base

promissora de 22GW de capacidade eólica e 14GW de solar. No entanto, em 2024,

34% da energia eólica produzida no Nordeste foi desperdiçada por falta de

armazenamento[12].


A energia eólica gera muito, especialmente à noite, quando o consumo é baixo,

e sem armazenamento, essa energia se perde[13].

É aqui que o hidrogênio verde entra em cena. Produzido por eletrólise da água

usando energia renovável, ele pode ser armazenado por anos e utilizado para:

• Gerar eletricidade em usinas termelétricas a hidrogênio, mesmo sem vento;

• Abastecer veículos pesados e indústrias com combustíveis de baixa emissão;

• Servir como uma "reserva estratégica" energética, garantindo a estabilidade do sistema.

Esta tecnologia é ideal para regiões como o Ceará e o Rio Grande do Norte,

onde a alta incidência eólica não encontra demanda local equivalente[14]. Nesses

locais, o excesso de geração eólica pode ser convertido em hidrogênio, transformando

vento em energia armazenável.

Projetos promissores já estão em andamento: no Ceará, a SPIC Brasil

desenvolve uma unidade piloto de hidrogênio verde integrada a parques eólicos

offshore[15]. No Rio Grande do Sul, a White Martins testa o uso do hidrogênio como

fonte secundária de energia em centros industriais[16]. Investir em hidrogênio verde é

garantir que a energia renovável de hoje não seja desperdiçada amanhã.

Interligação regional: fortaleça as linhas de transmissão

O Brasil possui 179 mil quilômetros de linhas de transmissão, mas ainda há

regiões inteiras isoladas do sistema nacional. Roraima, por exemplo, depende quase

totalmente de energia importada da Venezuela. O projeto mais importante para

integrar a região, a linha Tucuruí–Macapá–Manaus, sofre atrasos desde 2016 e está

prevista para 2027. Isso é um caso emblemático de falta de prioridade à soberania

energética nacional.

Outros projetos importantes também estão paralisados ou ameaçados:

• Linha Manaus–Boa Vista[17]: Após anos de atraso, está 80% concluída e

prevista para setembro de 2025, ligando Roraima ao Sistema Interligado

Nacional (SIN).

• Transmissão Nordeste–Sudeste (Linha NESE II): Com previsão de operação

em 2026, é crucial para integrar o país, levando energia limpa do Nordeste para

o Sudeste.

• Interligação Amazônica: Projetos de ampliação da linha Rio Madeira e novas

conexões em Rondônia e Pará são vitais para evitar ilhas energéticas na

Amazônia, mas seguem sem data definida.


Cada dia de atraso nesses projetos é um dia perdido na luta pela autonomia

energética brasileira. Enquanto a China avança com redes inteligentes, o Brasil

parece satisfeito em ver estados inteiros dependentes de energia estrangeira. Isso

não é política energética, é submissão estratégica. É preciso coragem política para

construir uma infraestrutura condizente com as necessidades futuras.


Resistir a pressões ideológicas: o ativismo ambiental e o progresso


Na Espanha, a pressão de grupos ambientalistas levou ao fechamento de

usinas térmicas e nucleares, e agora o país volta a queimar carvão. Esse ciclo,

infelizmente, se repete no Brasil.

ONGs[18] internacionais têm influenciado decisões estratégicas, travando

projetos de gás natural, nuclear e hidrelétricas, enquanto empresas estrangeiras

avançam na exploração de nossas riquezas sem barreiras. O Greenpeace, por

exemplo, atuou contra a expansão do pré-sal e a construção de Angra 3. A 350.org,

financiada por fundações europeias (como a Open Society Foundations de George

Soros), pressionou contra a exploração de petróleo e gás no pré-sal e o Marco Legal

do Gás Natural. A WWF age contra grandes hidrelétricas no Brasil, como Belo Monte

e Tucuruí, apesar de apoiar barragens na Europa ou nos EUA. A ISA – Amazônia

também se opôs à exploração da Margem Equatorial, enquanto empresas como

ExxonMobil e TotalEnergies receberam licenças.

Essa "dupla face" não é coincidência. Muitas dessas ONGs agem sob

orientação de governos estrangeiros e grupos de pressão que buscam manter o Brasil

dependente de tecnologia e energia externa. Enquanto isso, a economia brasileira

paga o preço: indústrias fecham, estados ficam isolados e o país perde

competitividade global.


5. A fragilidade da matriz energética brasileira: estamos preparados?


Se a Espanha, um país desenvolvido, sofreu um blecaute por má gestão

energética, o risco para o Brasil é ainda maior, considerando que:


• As hidrelétricas respondem por cerca de 60% da matriz elétrica nacional, mas

sua eficiência está diretamente ligada ao regime de chuvas, um problema

crescente. O Brasil enfrentou três grandes crises hídricas nos últimos 20 anos.

Crises Hídricas Recentes no Brasil;

• 2001: Racionamento nacional e impacto econômico profundo;

• 2014–2015: Seca severa no Sudeste, com reservatórios do Sistema

Cantareira em 15% da capacidade, exigindo uso caro de termelétricas;

• 2021–2024: Seca histórica, com queda de 30% na geração hidrelétrica,

aumentando custos e riscos de apagões.


Em 2024, os principais reservatórios do Sistema Cantareira (SP) atingiram 38%

da capacidade, e no Nordeste, a vazão do Rio São Francisco foi reduzida em até60%[19 ]. Segundo o ONS[20] [21], a região Sudeste-Sul, responsável por mais de 70% da

demanda energética, é a mais vulnerável às oscilações climáticas, com dependência

hídrica superior a 80% da geração total.


O Brasil na contramão do mundo


Enquanto outros países investem em fontes diversificadas e sistemas de

backup robustos, o Brasil ainda segue na contramão. Temos hidrelétricas vulneráveis,

Angra 3 paralisada desde 2015 e gás natural sendo queimado no mar. Apesar disso,

nossa posição geográfica, recursos naturais e know-how[22] tecnológico nos colocam

em uma posição privilegiada.

O problema não é a falta de potencial, mas a falta de coragem política para

aproveitá-lo. Se continuarmos assim, seremos o próximo país a sofrer um colapso

energético. E não será por falta de opções, mas por falta de planejamento, coragem

e resistência à pressão ideológica externa.

O Brasil tem tudo para ser uma potência energética continental. Mas enquanto

dependermos quase exclusivamente das chuvas e ignorarmos o gás natural, a energia

nuclear e o armazenamento, continuaremos a assistir passivamente enquanto outras

nações avançam.


6. Angra 3 paralisada e o gás natural negligenciado


Segundo a BP Statistical Review of World Energy (2022)[23], o Brasil ocupa a 6ª

posição mundial em reservas de gás natural, com 7 trilhões de metros cúbicos, sendo

mais de 90% no pré-sal.


Líderes em Reservas de Gás Natural (trilhões m³):


1. Rússia: 47;

2. Irã: 33;

3. Catar: 25;

4. Estados Unidos: 13;

5. Brasil: 7.


Apesar desse imenso potencial, grande parte desse recurso é desperdiçada.

Um relatório da Petrobras (2024) indica que cerca de 14 milhões de metros cúbicos

de gás natural são queimados por dia no mar (principalmente nas plataformas de

Libra, Lula e Sapinhoá) por falta de infraestrutura de escoamento.


Esse valor equivale a:

• 30% do consumo diário nacional de gás natural;

• R$ 4,2 bilhões por ano em receita perdida;

• Energia suficiente para abastecer 12 milhões de lares por mês.

Enquanto países como Rússia e Catar lucram bilhões exportando gás, o Brasil

queima 14 milhões de metros cúbicos por dia no mar. Um desperdício inadmissível.

Angra 3: Uma usina estratégica que não sai do papel[24]

Com capacidade de 1.405MW, Angra 3 poderia abastecer aproximadamente

4,5 milhões de pessoas – quase toda a população do Rio de Janeiro. Seria uma usina

que garantiria energia limpa, estável e soberana. No entanto, está paralisada desde

2015, não por falta de tecnologia, mas por pressão de grupos ideológicos e interesses

externos.

O licenciamento ambiental foi travado pelo IBAMA[25], sob pressão de ONGs

internacionais como Greenpeace e 350.org, que atuam contra projetos nucleares no

Brasil, mas não questionam iniciativas semelhantes na Europa ou nos EUA. Especialistas apontam que a demora na conclusão de Angra 3 já custou ao país mais de R$ 20 bilhões em investimentos e perda de estabilidade. Com ela em operação, o Brasil reduziria drasticamente o uso de termelétricas caras e poluentes, poupando dinheiro público e diminuindo o custo da energia para o brasileiro.

Por que isso acontece? Interesses geopolíticos e ideológicos

A paralisação de projetos estratégicos não se resume à burocracia, mas a

interesses geopolíticos e ideológicos que visam manter o Brasil dependente de

tecnologia e energia externas. ONGs como o Greenpeace, financiadas por fundações

europeias, lideram campanhas agressivas contra o programa nuclear brasileiro,

usando narrativas alarmistas sem respaldo científico real. Documentos vazados em

2023 mostraram que a 350.org, ligada à Open Society Foundations de George Soros,

comunicava-se diretamente com parlamentares brasileiros para prejudicar o Marco

Legal do Gás Natural.

Quem são os grupos antinucleares no Brasil?

Os principais responsáveis pela sabotagem do projeto nuclear brasileiro são

ONGs ambientalistas internacionais, muitas financiadas por fundações europeias e

norte-americanas:

• Greenpeace Brasil: Atua contra Angra 3 com campanhas alarmistas;

• WWF (World Wildlife Fund) – Escritório Brasileiro: Oposto a grandes

hidrelétricas e usinas nucleares no Brasil, mas apoia projetos similares na

Europa;

• Instituto Socioambiental (ISA) – Amazônia: Trabalha com redes internacionais

para bloquear investimentos em infraestrutura estratégica;

• 350.org – Filial Brasileira: Financiado por fundações como a Open Society

Foundations, participa de campanhas contra o Marco Legal do Gás Natural e o

programa nuclear.

Essas ONGs atuam em campanhas midiáticas e lobby político, pressionando

parlamentares e órgãos ambientais. Frequentemente, defendem interesses

geopolíticos que visam manter o Brasil dependente de energia externa.

Por que eles estão errados? A segurança e importância da energia nuclear

A energia nuclear é segura, limpa e essencial para qualquer matriz energética

moderna. Países como França, Rússia, China e EUA baseiam parte substancial de

sua geração elétrica nessa fonte, garantindo estabilidade, baixa emissão de carbono

e independência energética. Angra 1 e 2 operam com segurança no Brasil desde 1985

e 2000 consecutivamente, sem acidentes graves ou impactos ambientais negativos.

Além disso, o Brasil domina a cadeia nuclear completa (da mineração do urânio ao

ciclo do combustível), o que nos coloca em posição privilegiada.

Alegações de que a energia nuclear é "perigosa" ou "antiecológica" são desmentidas

pelos fatos:

• Baixíssima emissão de CO₂ durante a operação;

• Altíssima densidade energética, exigindo pouca área física;

• Estabilidade de geração, fundamental para compensar fontes intermitentes;

• Tecnologia própria, que fortalece nossa autonomia estratégica.

Em vez de apostar nisso, permitimos que interesses estrangeiros definam

nosso futuro energético.

O caso do Tenente-Coronel Albano: um mistério sem respostas

O Tenente-Coronel José Alberto Albano do Amarante era um oficial da Força

Aérea Brasileira (FAB) e engenheiro eletrônico formado no ITA[26], atuava em projetos

sensíveis de segurança nacional, especialmente em comunicações estratégicas e

tecnologia nuclear.

Ele faleceu repentinamente em 3 de outubro de 1981, aos 45 anos, vítima de

uma leucemia galopante, descoberta tardiamente. Embora oficialmente considerada

morte natural, dúvidas persistem. Ele era monitorado por agentes estrangeiros,

segundo investigações internas da FAB. Seus conhecimentos técnicos e acesso a

informações sigilosas sobre o programa nuclear brasileiro eram incomuns para sua

patente. Relatos indicam que ele estava sob vigilância de inteligência estrangeira nos

meses anteriores ao óbito.

Por que sua morte levanta suspeitas?

A morte de Albano foi inexplicavelmente rápida e ocorreu em um momento

crítico: na década de 1970 e início dos anos 1980, o Brasil acelerava o desenvolvimento tecnológico e militar, incluindo cooperação nuclear independente da influência norte-americana. O país começava a dominar o ciclo completo do urânio, o que interessava diretamente às grandes potências. Relatórios da época indicam que Albano tinha acesso à informações sigilosas sobre comunicações criptografadas entre militares e centros de pesquisa nuclear.

Alguns especialistas da comunidade de inteligência brasileira ligaram o caso a

atividades de espionagem israelense, citando supostas conexões com o Mossad27,

embora isso nunca tenha sido comprovado oficialmente. Documentos

desclassificados sugerem que o serviço de inteligência brasileiro investigou a

possibilidade de intervenção externa, mas o caso foi arquivado sem conclusão

definitiva.

Seja por acidente ou ação deliberada, o caso ilustra como o Brasil enfrenta,

desde então, tentativas de contenção tecnológica por parte de interesses externos,

especialmente no campo nuclear.

7. O que o Brasil tem de positivo hoje?

Apesar dos desafios, o Brasil possui vantagens estratégicas únicas: recursos

naturais abundantes, tecnologia própria e um potencial energético gigantesco.

Potencial hidrelétrico subutilizado na Amazônia

A Amazônia brasileira detém o maior potencial hidrelétrico do país e um dos

maiores do mundo. Segundo o ONS, mais de 100GW de capacidade ainda não foram

explorados na região, o equivalente a cinco vezes a capacidade total de Itaipu. Essa

energia seria suficiente para abastecer mais da metade do país, garantindo geração

estável, renovável e soberana. Contudo, projetos-chave estão paralisados há anos

devido a pressões ideológicas e do lobby internacional.

Dois grandes projetos paralisados: Tapajós e Jatobá

1. Usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós: No Pará, com capacidade prevista

de 8.060MW, poderia gerar energia contínua para mais de 25 milhões de lares

e reduzir o uso de termelétricas. Lançado em 2015, o projeto enfrenta

obstáculos legais e ambientais, principalmente pela oposição de grupos

internacionais.

2. Usina hidrelétrica de Jatobá: Também no rio Tapajós, com capacidade

prevista de 1.790 MW, complementaria a geração da região. Suspenso

judicialmente em 2022, sob pressão de movimentos indígenas financiados por

ONGs estrangeiras.

Quem está freando esses projetos?

As principais entidades envolvidas na paralisação dessas hidrelétricas estratégicas

são:

• Greenpeace Brasil: Atua contra grandes hidrelétricas na Amazônia, sem

propor soluções reais;

• ISA – Amazônia: Articula movimentos indígenas e grupos internacionais,

usando argumentos jurídicos e culturais para barrar projetos;

• Amazon Watch: ONG internacional com presença no Brasil, atua contra

projetos de mineração, petróleo e energia na Amazônia;

• WWF (World Wildlife Fund) – Filial Brasileira: Intensificou a oposição a

grandes hidrelétricas no Brasil, usando critérios distintos em comparação com

sua atuação global;

• 350.org – Escritório Latino-Americano: Trabalha com parlamentares

progressistas para inibir o avanço de projetos de infraestrutura no Brasil.

Por que isso prejudica o Brasil?

Além de prejudicar o crescimento econômico, essa paralisia energética afeta a

segurança nacional e a competitividade industrial:

• Mais da metade do potencial hidrelétrico brasileiro está inutilizado;

• Projetos como Tapajós e Jatobá poderiam reduzir custos energéticos em até

30%;

• O Brasil desperdiça energia ao investir em solar e eólica sem armazenamento

adequado, enquanto hidrelétricas poderiam garantir estabilidade.

O Brasil tem condições técnicas, geográficas e históricas para ser uma potência

energética continental. Temos o recurso, a tecnologia e a urgência de estabilidade.

Mas ONGs estrangeiras e seus representantes seguem bloqueando projetos

fundamentais, muitas vezes com interesses geopolíticos disfarçados de causas

ambientalistas.

Biogás e biomassa: energia limpa a partir do lixo

Resíduos agrícolas, florestais, urbanos e industriais não precisam ser

descartados. No Brasil, eles têm grande potencial para se transformar em fonte de

energia limpa, descentralizada e estratégica.

O que é o biogás?

É um combustível renovável produzido pela decomposição anaeróbica de

resíduos orgânicos, como efluentes de suinocultura, resíduos agroindustriais e lixo

urbano orgânico. Esse processo gera uma mistura gasosa com metano (CH₄) e

dióxido de carbono (CO₂), sendo o metano aproveitado na geração de energia térmica

ou elétrica.

"O biogás é uma das soluções mais promissoras para reduzir emissões humanas de gases de efeito estufa e ao mesmo tempo oferecer uma fonte energética acessível e local", afirma o engenheiro ambiental Dr. Lucas Fernandes.

Principais benefícios do biogás:

• Redução de emissões: evita a liberação de metano na atmosfera;

• Energia descentralizada: ideal para zonas rurais e pequenas cidades;

• Geração contínua: pode ser produzido 24 horas por dia;

• Valorização do lixo: transforma um problema ambiental em oportunidade econômica.


Projetos pilotos no brasil:


• Minas Gerais: Cooperativas leiteiras utilizam efluentes de bovinos para gerar

eletricidade através de biodigestores. Um projeto piloto da EMATER-MG28

mostrou que 100 vacas podem gerar energia para fazendas inteiras29.

• Mato Grosso: Grandes usinas de processamento de soja e milho investem em

biodigestão de resíduos agrícolas, produzindo biometano para a rede de gás

natural ou eletricidade.


8. Outras fontes renováveis para geração elétrica


Além de hidrelétrica, eólica e nuclear, é fundamental diversificar ainda mais a matriz

energética brasileira, sendo:


1. Biomassa Florestal e Agrícola: Obtida pela queima controlada de resíduos

vegetais e madeira certificada, utilizada em caldeiras para gerar vapor e acionar

turbinas.

• Exemplo: Usina termelétrica de bagaço de cana em São Paulo, com

mais de 400 usinas operando no Centro-Sul;


2. Lixo Urbano → Energia (Waste-to-Energy): Prática consolidada na Europa, converte lixo sólido urbano em energia elétrica ou térmica.

• Exemplo: Usina da Raízen[30] em São Paulo, que processa 500 toneladas

de lixo/dia, gerando 6MW para 20 mil lares;


3. Biometano: Biogás purificado, injetado na rede de gás natural ou usado

como combustível veicular.

• Aplicação: Usinas termelétricas podem usar biometano como substituto do gás natural, e redes isoladas no Norte e Nordeste podem ser abastecidas, reduzindo a dependência de óleo diesel;

• Potencial: O Brasil pode ser líder mundial no uso de biometano, podendo

atingir 70GW de capacidade instalada até 2035.


4. Energia de aterros sanitários (Biomethane from Landfills): Produz

energia elétrica a partir do gás metano emitido por aterros sanitários.

• Exemplo: Aterro de Gramacho (RJ) foi pioneiro, gerando 24MW para 150

mil residências;

• Potencial: Se todos os grandes aterros fossem equipados, o Brasil poderia gerar até 5 GW adicionais.

5. PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas: Alternativa hídrica de menor impacto e mais regionalizada.

• Características: Capacidade máxima de 30MW, baixo impacto ambiental, construídas em rios menores;

• Situação atual: Mais de 500 PCHs em operação, com Mato Grosso do Sul liderando a expansão.

6. Cogeração industrial: Indústrias, especialmente do setor sucroenergético, aproveitam a biomassa residual (como bagaço de cana) para gerar eletricidade além de suas próprias necessidades.

• Exemplo: CanaVialis (GO) gera 90MW e vende o excedente, equivalente

ao consumo de 250 mil residências[31];

• Potencial: Indústrias alimentares, celulose, frigoríficos e vinícolas podem

adotar o modelo, gerando até 12GW adicionais até 2030.

9. Comparação com outros países: onde o Brasil perde terreno?

Para entender a posição do Brasil, comparamos nossa matriz energética com

a de outros países desenvolvidos e membros do BRICS:


País/Bloco

Fonte Principal

Estratégia

Lição para o Brasil

China(BRICS)

Carvão + Nuclear + Renováveis.

Investiu U$ 100 bilhões em energia nuclear até 2030.

Não abriu mão de fontes estáveis mesmo apostando em renováveis.

Rússia(BRICS)

Gás Natural + Nuclear.

Exporta energia como arma geopolítica.

Soberania energética garante resistência às sanções.

E.U.A (G7)

Gás de Xisto + renováveis

Revolução do shale gas reduziu custo energético.

Investiu em infraestrutura antes de expandir renováveis.

Alemanha (G7)

Eólica/Solar + Retorno do uso do carvão.

Fechou nuclear e pagou caro com crise energética.

Erro grave: dependência de combustíveis sujos em crises.

Índia

Solar + Termoelétricas.

Expande renováveis, mas mantém backup térmico.

Equilíbrio entre crescimento e segurança é essencial.


O BRICS representa cerca de 40% da economia global e mais de 40% da

população mundial, liderando a nova ordem econômica. No entanto, o Brasil é o único

do grupo que não conseguiu alinhar seu crescimento econômico com uma política

energética verdadeiramente estratégica. Enquanto China, Índia e Rússia investem

pesado em geração estável (nuclear, gás e hidrelétricas), o Brasil caminha na

contramão: hidrelétricas vulneráveis, Angra 3 paralisada e gás natural queimado no

mar. Isso não é coincidência; é resultado de falta de planejamento, pressão ideológica

e sabotagem externa, que impedem o Brasil de assumir seu lugar como potência

energética continental.


10. Conclusão: O Brasil Precisa Agir


O apagão hipotético na Europa é um retrato do futuro que o Brasil corre o risco

de viver se não corrigirmos nosso rumo. Recursos não faltam: temos Sol, vento,

urânio, gás e água em abundância. Tecnologia também não nos falta; somos capazes

de construir submarinos nucleares, turbinas eólicas e painéis solares eficientes.

O que falta é coragem política, planejamento estratégico e resistência às

interferências externas. Cada dia que passa sem resolver Angra 3, sem aproveitar o

gás do pré-sal, sem investir em armazenamento de energia, é um dia perdido.

Enquanto isso, famílias perdem empregos, indústrias fecham e o Brasil se distancia

de seu destino de potência mundial.

É hora de acordar. O futuro começa agora.


Notas de Rodapé:


1 -Jornalista, amante de esportes e que atualmente utiliza seus conhecimentos de escrita em prol do

nacionalismo brasileiro.

2 -Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c93g2eqgkxxo

3Gigawatt, uma grandeza física de potência.

4 -Da língua inglesa – back up – emprestado da informática, cópia de segurança, ou seja, um sistema

que permita manter a rede ativa.

5 -Disponível em: https://www.ree.es/en/taxonomy/term/14

6 -Disponível em: https://www.iea.org/renewables?spm=a2ty_o01.29997173.0.0.198c183fMsCFXi

8 -Significa “fora da costa” – se refere a uma forma de investir no exterior, seja por meio de uma conta

bancária ou de uma empresa constituída em outro país. Em outras palavras, uma offshore existe

quando o proprietário da conta ou empresa mora em um país e realiza negócios em outros. Aqui

neste caso, refere-se à instalação de torres eólicas no mar.

9 -Disponível em: https://www.cnmc.es/listado/informes_energia

10 -Disponível em: https://www.miteco.gob.es/es/energia/estrategia-normativa/balances.html

11 -Megawatt - uma grandeza física de potência.

federacao

concentrou-75-das-interrupcoes-de-energia-em-2024/

em-desenvolvimento-no-brasil/

ve-oportunidade-em-eolicas-offshore-gerando-energia-para-a-producao-de-hidrogenio-verde

1.3528995

16 -Disponível: https://www.whitemartins.com.br/produtos-e-servi%C3%A7os/gases/hidrog%C3%AAnio

do-linhao-manau?spm=a2ty_o01.29997173.0.0.198c183fMsCFXi

18 -Organização Não-Governamental

da-vazao-do-rio-sao-francisco

20 -Disponível em:

pdf

21 -Operador Nacional do Sistema Elétrico

22 -Da língua inglesa que significa “saber fazer”, ter conhecimento, dominar o conteúdo...

2024.html

decis%C3%A3o-estrat%C3%A9gica-capaz-de-alavancar-a-economia-nacional.aspx

25 -Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

26 -Instituto Tecnológico de Aeronáutica

27 -Instituto de Inteligência e Operações Especiais

28 -Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural

biodigestores-em-pequenas-propriedades

consolida-portfolio-de-energias-renovaveis

acucar-na-matriz-energetica-brasileira.pdf

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