Escudo amazônico: protegendo as riquezas naturais e a soberania nacional
- Thales Rufini
- há 1 dia
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Thales Rufini¹
Uma das maiores dificuldades nas regiões amazônicas é o desenvolvimento
socioeconômico devido a inúmeros problemas, como a própria geografia local. A
situação agravada da população é também um terreno fértil para que grupos
criminosos, instituições estrangeiras e ONGs internacionais se aproveitem da situação
para seus próprios interesses, que frequentemente são opostos aos interesses dos
países em questão. São evidentes os impactos disso, como o grande fluxo do tráfico
de drogas, a biopirataria, e a radicalização de populações nativas por exemplo.
Como observado, um dos grandes dificultadores é a geografia local, devido à
vegetação extremamente densa que limita a locomoção e a visibilidade, as formações
montanhosas que também afetam a locomoção, sendo limitada aos rios ou aos céus,
a distância aos grandes centros urbanos, entre outros, favorecem ao acontecimento
de atos ilícitos e/ou ações subversivas, dificultando também não apenas ações mais
fortes dos Estados da região, mas a própria presença destes nestas áreas e
populações.
Com o vácuo deixado pela ausência dos Estados, organizações criminosas
prosperam e controlam áreas inteiras, se tornando verdadeiras ameaças nacionais,
não apenas de segurança pública, mas ocasionalmente até de soberania e integridade
territorial. Também preocupante é a atuação de estrangeiros nestas localidades, que
por vezes acontecem até sem o conhecimento dos países, como no caso da visita do
rei da Noruega às tribos indígenas no Brasil, em que entraram no território brasileiro
sem interação diplomática ou alfandegária.
Estas operações levantam muitos questionamentos, tanto na esfera
econômica, devido aos diversos casos de biopirataria, como o roubo de mudas de
seringueiras (produtoras de borracha) pelos britânicos, que levaram à ruína
econômica da região amazônica no início do século XX, mas também na esfera de
segurança e defesa, visto que muitas vezes estes estrangeiros vêm praticar ações
subversivas, também chamadas de guerra híbrida, radicalizando parte das
populações indígenas, direcionando-as contra os interesses de seus países, e
ocasionando vários problemas, culminando em casos até como a - Questão do
Pirara.
Dito isso, não basta apenas aumentar a presença militar nestas áreas, e
minimamente as instituições de estado. É preciso trazer estas populações para
participarem das sociedades nacionais, como economicamente, como exemplos
muito positivos temos as cooperativas populares na região de Manaus, com diversas
comunidades nativas e ribeirinhas coletando e realizando todo o processo produtivo
com a fruta do guaraná.
E também culturalmente, é preciso integrar estas populações às culturas
nacionais, para que participem com suas próprias, mas também que recebam
influências do restante do país, ao ponto de receberem a sensação de pertencimento
aos respectivos países, não ficando suscetíveis às influências estrangeiras.
Por fim, ambas as iniciativas só são possíveis se os estados criarem as pontes
para que ocorram as conexões, metaforicamente e literalmente. Como dito
anteriormente, as características geográficas interferem bastante na atuação dos
estados da região, portanto é fundamental que sejam criadas infraestruturas
necessárias para o devido funcionamento, até para a própria preservação da floresta,
visto que os órgãos públicos precisam ter acesso às regiões para poderem fiscalizar,
controlar e tomar as devidas ações. juntamente a isso, as legislações nacionais devem
estar alinhadas, pois não adianta criar a estrutura física e a jurídica prejudicar ou até
mesmo impedir.
¹ Empresário, analista internacional; Bacharel em Relações Internacionais; Especialista em planejamento estratégico; MBA em Política, Estratégia, Defesa e Segurança Pública, com diversos cursos nas áreas de gestão e relações internacionais, unindo experiência prática em finanças, geopolítica e estratégia às habilidades de negociação e gestão adquiridas em projetos acadêmicos e profissionais. Proprietário do Canal no YouTube® Visão Estratégica.
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